segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Ano Novo

Deixo aqui um breve comentário acerca do que fui um dia. Sim, breve. O que leva à conclusão que não fui muita coisa. Tolo engano. Fui muito mais ainda do que qualquer um jamais foi. É uma pena que fui mais planos que conquistas, mas as conquistas não foram banais. Lutei muito, mas me rendi quando não devia fazê-lo. Sofri danos irreparáveis. Meus filhos? Estes sim sofreram até mais do que eu. Estes colheram os frutos das besteiras que plantei, do mal que semeei a mim mesma.
Hoje, digo que fui porque não vejo mais razão de dizer que sou alguma coisa. Se me chamam por futuro, significa que um dia posso até voltar a ser, mas ainda não. Se me chamassem presente, aí sim, eu diria de peito aberto que sou, que vivo, que faço.
Mas hoje é Ano Novo. Esperança, é o que dizem este dia trazer aos corações desamparados.
Ano Novo não é vida nova, os problemas atravessam o Reveillon, as festas, os brindes e te acompanham por onde fores, mas a sensação de ter uma nova chance, de poder recomeçar é o que motiva as pessoas a buscarem melhorar o que não deu certo no ano que passou.
Eu rezo para o espírito de renovação preencher deste sentimento os corações dos meus filhos que cansaram de lutar por mim. Eu peço a Deus que dê forças a meus filhos para que lutem por si próprios.

Feliz Ano Novo.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Pout-Pourri

Eu tava triste, tristinho
E a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste, não.
Eu tava só, sozinho
Deixo as mágoas com o meu passado
Tava mais bobo que banda de rock
A melhor banda de todos os tempos da última semana
Mas ontem eu recebi um telegrama
Palavras. Apenas palavras pequenas, palavras ao vento.
Era você de Aracajú ou do Alabama
Teresópolis, Pirinópolis...
Dizendo: nego, sinta-se feliz!
A alegria é a melhor coisa que existe
Porque, no mundo, tem alguém que diz que muito te ama
Só pra ver a luz do teu sorriso se abrir
Oh, mama, quero ser seu papá!
Vem pra roda da malemolência.

[Zeca Baleiro, Vinícius de Moraes, Mateus Lopes, Titãs, Cássia Eller, P.O Box, Gilberto Gil e Céu]

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Outra vontade

A vontade, quando excede o limite de ser,
acaba por tornar-se desejo involuntário, desatino.
A vontade, quando excede a racionalidade,
acaba por transgredir o sentimento à maneira mais primitiva.
A vontade move moinhos, ergue histórias e destrói vidas.
É do homem a vontade.
É do homem à vontade.
O destino da vontade é morrer.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

E eu...

Eu que sinto esse vazio no peito
que só eu sei o doer que causa.
Eu que sinto que não terei
tão cedo aquilo que almejo
com a alma, com o corpo e o olhos.

Eu que vejo tão longe o desejo.
Eu que sinto de perto o calor,
o frio, o suor e o tremor.

Eu que vejo os abraços gastos e os beijos
recheados de um tesão que vem do estômago
sem respeito, sem pudor.

Eu que sou um círcular quadrado
que não se encaixa em lugar algum
nessa brincadeira de encaixar.

Eu que não sei o motivo de gostar
e menos ainda, o motivo de não querer gostar.
E gostar mais.

Eu que vagueio na beira das águas
e sinto o sal no rosto que não vem do mar.
As espumas brancas que afundam meus pés,
elas pesam.

E eu que não sinto mais. E eu que não vejo mais.
E eu que só quero estar onde você já não pode.
Eu que não sei nem mais o gosto,
o gozo e a direção.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Perdoai, eles não sabem o quem fazem.

Quando Jesus disse isso, eu acho que ele não enxergava a maldade que agora eu vejo. Eu só não digo que sou idiota porque acho que sou maior que tudo isso (mesmo sendo um cotoco de gente, como disse um amigo muito especial). Na verdade, eu sou é muito boa, modéstia à parte. Sou boa porque fui eu mesma por todo esse tempo, porque fui honesta comigo mesma, porque amei com pureza, porque me entreguei sem interesses, porque fui mulher, fui amiga. Eu não me arrependo de nada, já que o que eu vivi foi verdade. A recíproca, quando não existe, não impede que alguma coisa aconteça de fato. Mas eu acreditei quando não devia, amei quem não mereceu. É por isso que hoje percebo as coisas todas que ficaram pra trás, os detalhes que no momento exato não percebi. Agora eu monto esse quebra-cabeças e é mágico ver como as peças, todinhas, se encaixam perfeitamente bem. Cada gesto, cada palavra, cada dica que a vida dava e eu não via. Os olhos estavam fechados pelo coração pulsando freneticamente em vão, por nada. Enquanto isso a vida preparava o terreno para alguma coisa melhor, nem que seja para a solidão. A pergunta é se seria a solidão, realmente, melhor que uma companhia desarmoniosa. Eu acredito que sim, mas não a solidão completa. Estar totalmente sozinho te consome as entranhas, enlouquece, magoa e é exatamente isso que faz a companhia de quem não presta.
Não prestou pra mim e não vai prestar pra ninguém. A história está manchada para sempre e as boas lembranças são vistas como uma mistura de nojo e vergonha. Eu tenho vergonha de ser ingênua, mas não burra. Burra seria se voltasse a acreditar e eu não vou errar comigo outra vez. A descrença salva das imperfeições dos outros que não têm o comprometimento com o seu bem estar. Eu me quero bem.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Música da alma

Os sentimentos se misturam
todos em um.
As agonias no meu peito.
Agonia de não saber reconhecer a razão
ou as razões disso tudo.
Será a imagem de ti que guardo?
A fotografia escondida em meio a tantas outras?
Eu conheço o cheiro que desenhas no ar
toda vez que me abraças
e o beijo que selou o amor que,
indiretamente, insiste em nos manter ligados,
grudados, para sempre.
É a música de nós que toca aqui.
É ela que faz de nossas vozes
este coro de melodia tão imprecisa.
A música da alma que engrandece os amores
e une o que o tempo não separa.
Os sentimentos ainda confusos em mim
e essa nítida indecisão em ti.
Esse sorriso que me diz que não,
contradizendo o sim em seus olhares.
São tantos paradoxos, amor!
Eu quero reescrever essa nossa história
para garantir que o início se repita,
exatamente, da mesma forma como aconteceu outrora.
Mas para que o final seja outro, totalmente diferente.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A menina flor

Agora ela começa a entender. Ela está com raiva, mas agradece mesmo assim. O ditado diz que há males que vêm para o bem e ela concorda. Ao menos essa verdade a cabe. Ela acredita nisso. Já basta.
Pobre da menina que viu flores e não semeou amor. O rapaz que a colheu sentiu o cheiro e gostou, mas não lembrou que, sem cuidado, a flor murcha e perde a cor.
A menina empalideceu, alvejou, sumiu em questão de minutos. A dor é no coração, não se sofre na cabeça.
A nuca da menina flor é dura de tensão. Tensa da falta de olhar do rapaz de colheita. O rapaz que também não semeia ficou.
Ele não percebe os olhares da menina flor. Ela agora é transparente diante dele. O brilho que se esvaiu não volta. Outro há de surgir.
O rapaz que não semeia colhe outra flor e cuida. A outra flor brilha. Cheira mais que a menina diante do rapaz. A menina flor diminui e espera, confia.
A flor da menina não tem cor aos olhos do rapaz que não semeia, mas colore o ar do rapaz que mudou, que voltou a ser o que era.
Essa cor é a mais bonita, é a do verdadeiro amor.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Dia do Teatro.

Eu não julgo aqueles que dedicam um dia inteiro à coisas ou pessoas especiais. Quem aqui não faz aniversário, não é mesmo? Mas deixar para lembrar do que deveria ser essencial em apenas um dia do ano é tolice.
Essa idéia de dedicar um dia para algo específico é interessante, mas às vezes um pouco injusta. Digo porque acredito existirem coisas que merecem ser lembradas e homenageadas todos os dias.
Assim é o teatro.
É uma pena que alguns lembrem-se em apenas um dia do que eu amo por toda a vida.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Nada como a sensação de pisar em ovos. Nada como a incerteza em relação ao tudo e ao outro. Pior ainda quando a certeza em relação ao "eu" começa a aparecer. Agora sim, alguém está com problemas.
É como ter e não ter algo ao mesmo tempo. A gente sente, toca, beija. Divide o nosso abraço, o nosso carinho e não pode cobrar nada.
Não que a gente dê amor esperando o possível retorno, mas, em se tratando de sentimentos, a recíproca deveria ser algo, no mínimo, essencial. Por que não existe uma lei obrigando a ser assim? Se houvesse, não sei se adiantaria muita coisa também.
Só sei que não entendo como me meti nessa. Maldita hora que resolvi dançar sozinha...

sábado, 25 de agosto de 2007

Mentira.

Quando alguém conta uma mentira muitas vezes, não que ela se torne verdade, mas se aproxima dela. A verdade é crua, nua. A mentira tem enfeites, ela brilha aos olhos. Mentiras são mais criativas, mais bonitas. A mentira protege as pessoas dos seus erros. Ela faz com que não machuquemos muitos com o peso da maldita verdade. Sim, a verdade machuca e muito. A mentira instiga o talento do criar nas pessoas, nos dispertam a crença naquilo que queremos. Não seria maravilhoso se todos acreditássemos no que queremos? O mundo seria, no mínimo, mais democrático. Eu acredito que você está errado e você acha que errado sou eu. Nada muda, cada um no seu crer, no seu espaço e fim de papo. Ah! O mundo da mentira seria como o mundo dos sonhos. Um lugar onde, finalmente, poderíamos viver nossos desejos mais íntimos sem a culpa de ter que assumir isso ou aquilo mais tarde. Todos faríamos tudo. A criança colocaria o dedo na tomada mil vezes sem precisar sair do cercado. Os fãs beijariam seus ídolos sem nunca, sequer, ter chegado perto deles. Ninguém teria feio abortos ou matadao ou roubado. Todos teriam tudo o que querem. O planos dariam certo...
Mas a verdade insiste em existir e os valores insistem em não enxergar a beleza da mentira, da história, do inventar. A verdade é invencível, impossível de ser deixada de lado. O problema é que o mundo pode até acreditar em você, mas você vai sempre saber, lá no fundo, o que é ou não verdade.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ah! O amor...


Coisa mais gostosa é fazer o que se quer, na hora que se quer, com quem se quer e onde se quer. Ah, o amor! É vontade. Quando correspondido e efetivado, é delícia. Ah, o amor! Quando ignorado e açoitado, é tormento. É o mais ciclotímico dos sentimentos, é o melhor de sentir. Ah, o amor! Até doendo é prazeroso, até feliz é triste e o vazio que faz sua ausência, insubstituível.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Aperta o start.

A vida é um jogo. Nela você ganha e perde o tempo todo, a única diferença é que não dá pra decorar o "password" e pular as fases, ou não (como diria Caetano). Pensando bem, eu já pulei fases diversas vezes. Até demais. Quem sabe?
Todo dia é um jogo novo que começa. Interesses, bônus, "lifes" perdidos, outros (re) conquistados, missões cumpridas aqui ou na fase seguinte, ou na semana seguinte, ou nunca.
E os inimigos estão por toda parte. Alguns disfarçados, os quais você só vai descobrir a verdadeira face bem mais tarde, no fim da fase: são os chefões. Os pequeninos a gente vai pulando, pisando em cima que eles. Vão sumindo conforme a tela vai andando.
Tudo é um jogo e tem jogo dentro do próprio jogo. Eu fiz de nós dois uma partida e você está se acostumando a levar a melhor, mas a mesa ainda pode virar. Eu, no seu lugar, não contaria vitória antes do tempo porque o nosso jogo acabou de começar. E têm personagens sobrando nessa história, só ainda não sei se sou eu, você ou alguém mais. Mas um de nós vai ter de ser desclassificado logo, logo... Isto aqui é contra as regras, é contra as minhas regras e no meu jogo mando eu.
Dessa vez não vou pular as fases, vou passar por cada uma delas e pisar em cada obstáculo, entendeu? Pisar. Aperta o start, meu bem, já ficou tarde pra voltar atrás. Agora eu vou jogar pra ganhar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cético.

Fechar os olhos para o que está bem diante de ti não é uma boa alternativa, te digo por experiência própria. Uma hora a verdade salta à sua frente de forma que se torna impossível desviar e você tropeça nela. Cai, bem em cima dela e, pode crer, machuca muito!
Paradoxalmente, as pequenas mentiras doem tanto quanto as grandes ou até mais. Tudo vai depender o tamanho da queda.
Por tanto, prefira enxergar a verdade das coisas (seja ela relativa, ou não) desde o início. Ouça seus amigos e cale a boca do seu coração com toda força, às vezes. Ele é o campeão em te levar para as piores roubadas e coisas assim. Geralmente são as mãozinhas quentes dele que costumam te impedir de ver o que vem pela frente.
Pense. Deixe pra sentir depois.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Acreditar

Enquanto for possível eu vou acreditar, só não garanto eternidade. O tempo é doloroso demais para permitir que as coisas fiquem tanto tempo. Muito é coisa de exagero e eu quero só um pouco, apesar de quase nunca estar satisfeita. Melhor é um pouco mais.
Suas ausências machucam, sim. Não nego. Mas elas me fazem reconhecer o mundo sem você, como um tipo de treinamento. Eu vou ensaiando para o dia em que o buraco será definitivo.
Por mais que eu tente, o calor dos seus dedos e o ruído do seu sorriso fazem falta. Fizeram por todos os dias, acredite. Pode até parecer loucura, impulsos insanos, devaneios meus, mas, independente do que seja, o fato é que as coisas estão se desdobrando (ou se enrolando mais ainda) dessa forma. Os fatos são mais importantes que qualquer suspeita ou insinuação.
Saiba que apesar de cedo, foi tarde, tudo isso. Apesar de novo, é velho. É tudo um retorno muito intenso a sentimentos ignorados por aquele mesmo tempo que falei outrora. Aquele mesmo tempo que te trouxe e levou tantas vezes e que parece não intencionar fazer diferente dessa vez.

[10/05/2007]

terça-feira, 24 de julho de 2007

Elisa


Elisa

É lisa!É lisa, leve.

É pétala, flor e caule.

É folha, macia, raiz.

É lisa, Elisa!

É doce, azeda, salgada.

É amiga, é verdade, ironia.

É paz, serena, tensa.

É lisa, Elisa!

É seca, livre, transparente.

É forte, frágil, tímida.

É alegria, amor, paixão.

É sentimento toda, por inteiro.

É lisa, sim, Elisa!

É compaixão, pés descalços.

É sorriso, dente, boca.

É mão, joelho, coração.

É linda!

É lisa, Elisa!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Morre o coronel da Bahia, o nosso ditador. Pode parecer macabro, mas já não era sem tempo! Dizem que a Bahia e o Brasil estão em luto... eu não estou.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Desapego

Um pedaço de mim que se foi e que anda, hoje
perdido por aí, feliz,
como se não pesasse o coração de ninguém.

Uma alma vagando sem destino
sem uma segunda alma a guiar.
Os corpos soltos
saudosos do toque, aquele um.

As luzes, fracas,
deixam o ambiente mais macrabro ainda.
A ausência de ti dilacerando o silêncio
que ficou no lugar da nossa música.

As lembranças espalhadas em cada canto,
em cada cheiro.
Me deparo, o tempo todo, com suas coisas por entre as minhas.

Eu ainda não sei como me desfazer de você
e muito menos do bem que me fizeste.
Eu ainda não sei o que fazer da minha história...
As coisas ficaram tão estranhas depois que você se desapegou de mim.

E as palavras, as promessas, os carinhos vão mesmo se perder no tempo?
Não queria, não era, não tinha que ser assim.
Mas foi e está sendo...
Paciência!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Recados

Àqueles que dizem que sonhos são perda de tempo, eu digo "nunca".
Àqueles que dizem que não vale à pena correr atrás, eu digo "não".
Àqueles que dizem que sou louca, eu digo "sim".
Àqueles que dizem que não meço as consequencias, eu digo "cuidado".
Àqueles que dizem o que não devem, eu digo "fora".
Àqueles que dizem que a gente tem o que merece, eu digo "obrigada".

domingo, 1 de julho de 2007

Tudo acaba bem!

Ter problemas é uma espécie de ânimo pra tocar a vida pra frente. Resolvê-los da melhor forma é aliviar-se numa sensação de dever cumprido. Os problemas são quase sempre menores do que parecem... As pessoas insistem em complicar, mas as soluções estão sempre nas coisas mais simples, nos gestos mais espontâneos. Problemas existem para serem solucionados, portanto não se desepere! Tornar a vida um emaranhado de energias negativas, definitivamente, não é a decisão mais sábia. Positive Vibration!!!!!!!!

"Tudo acaba bem, quando acaba bem..."

quarta-feira, 27 de junho de 2007

São Jorge Rogai por Nós!


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos. Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. São Jorge Rogai por Nós.
Aos amigos, peço que não perguntem nada, apenas unam-se a mim em energia e desejem, do fundo da alma, que tudo acabe da melhor e mais justa maneira possível. Estamos precisando de muitas orações. Agradeço, desde já, em meu nome e em nome da minha família. Obrigada.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Oásis

Apaixonar-se é como andar no escuro. A pessoa nunca sabe onde está andando ou o que vai encontrar pela frente. Quando nos damos conta de que estamos apaixonados é uma delícia. A gente pensa no outro toda hora, todo dia. A gente liga, escreve, espera ansiosamente cada resposta. Admiramos os gestos, o andar, os gostos da pessoa amada. Ela não tem defeitos, brilha!
A recíproca é algo que só passamos a pensar a respeito mais tarde, quando a paixão começa a incomodar. Até um segurar de mãos pode ser o presságio de um amor brotando na pessoa que se ama. A gente vê onde tem e, principalmente, onde não tem. Eufemismos, metáforas e muitos, muitos enfeites são colocados sobre as situações mais corriqueiras do dia-a-dia. Não adianta ninguém falar absolutamente nada, sabemos o que queremos ver, ouvir e saber e nada mais importa. “Ele(a) me ama e ponto final”.
Quando a recíproca é mesmo verdadeira é ainda melhor. Amar e ser amado é uma dádiva! Estar ao lado de quem se ama. Dar e receber carinho.
Mas cuidado! Apostar as fichas numa relação a dois pode ser muito perigoso. A gente vai construindo o futuro no presente, passo a passo, todos os dias, acreditando que aquela felicidade vai durar para sempre. Estar apaixonado é crer na ilusão de ter aquilo que se quer por toda a vida e aqueles que conseguem fazer, dessa ilusão, realidade são raros e abençoados. Achar o oásis no meio das areias não é pra qualquer um, pode apostar. É por isso que, quem o encontra e bebe de suas águas, goza do amor de verdade, assumindo todas as suas conseqüências. Esta é a parte mais difícil de estar apaixonado.
O amor é egoísta, quase sempre. Por mais que se diga que a felicidade do outro é a nossa, o que, no fundo, todos almejam é a felicidade do outro unida à nossa. Ninguém vê com satisfação o sorriso de quem se ama ao lado de um outro alguém que não nós mesmos. Dizer que o ciúme é diferente de orgulho e sentimento de posse e que estes não se colocam, às vezes, acima do amor é balela. A gente ama o outro de acordo com o que queremos para nós mesmos.
Estar apaixonado pode ser ou não um coisa boa. Depende de como direcionamos e encaramos este, que é o mais nobre de todos os sentimentos. Aprender a controlar os impulsos, agir com instintividade, mas sem perder a razão, respeitar, se entregar, perdoar e todas as outras atitudes que o amor exige para que se estabeleça uma relação saudável com alguém, necessita de preparo e dedicação.
Não cobre daqueles que não sabem amar, nem todos nascem com esse talento e, daqueles que nascem, poucos são os que o desenvolvem. Apaixonar-se é fácil, lidar com o amor é complicado. È o amor quem escolhe suas vítimas, portanto não culpe os que não foram escolhidos e nem a si próprio, caso você seja um deles.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Relativo

Ser diferente é algo bem relativo. Ás vezes a diferença é, extamente, o que algumas pessoas têm de igual. Eu acredito que não exista ninguém completamente igual a ninguém e, muito menos, completamente diferente.
"Cem por cento" é "cento" à beça, não acha?

Talvez. A certeza é outra coisa muito, mas muito relativa...
Os pensamentos podem parecer confusos, mas fazem algum sentido de se você reparar. De perto quase tudo faz sentido. Eu digo quase porque "tudo" é relativo, também.
Se tudo fosse igual, o diferente não existiria e ninguém ia precisar ter certeza de nada, já que o mundo seria uma coisa só.
Eu amo a diversidade.

Respeite isso, conviva com isso.
Eu não estou te pedindo pra gostar, porque o gosto é algo relativo demais...

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Aqui se faz, aqui se paga.

A sensação de ter o mundo nas mãos, de ter a liberdade toda, todinha, de ir a qualquer lugar, a qualquer hora, de não precisar dar satisfação a ninguém, de não dar explicações, de não se importar com nada, é de que ainda falta alguma coisa.
Falta o "bom dia, meu amor", o abraço de cuidado. Falta o beijo apaixonado, o laço que une. Faltam as ligações de madrugada, o medo da perda, a sede da conquista diária. Falta a cumplicidade, a dedicação.
Tudo tem seu preço e somos eternos devedores.

sábado, 2 de junho de 2007

Surpresas fazem a vida valer mais à pena do que, realmente, vale.

Surpreendente é reconhecer alguém no meio da multidão.

Envolver é olhar nos olhos e confiar a alma.

Envolvente é um abraço de carinho limpo, puro.

Seduzir é segurar na mão e piscar os olhos.

Sedutor é um charme, um sorriso, um cheiro.

Incrível é o que chega de repente, surpreende, envolve e seduz.

Amigos fazem coisas assim.

Conquista.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Lágrimas de Deus

Ninguém deveria ter medo de chuva.
Água faz tão bem.
E chuva é água sagrada,
é água que vem do céu.
Ninguém deveria fugir da chuva.
Água não faz mal nenhum.
E chuva é água abençoada,
é água quem vem das alturas.
Uma dia disseram que, quando chove,
acontece porque os anjos estão lavando o céu.
Sujeira do céu lava a alma. Sujeira do céu purifica.
Um dia disseram que, quando chove,
acontece porque Deus está chorando.
Lágrima de Deus salva, cura as angústias.
Ninguém deveria se proteger da chuva,
é ela quem nos protege das coisas ruins.
Água da chuva limpa o coração dos sentimentos mundanos.
Deixa chover, se deixe molhar.
Deixa Deus chorar!

domingo, 27 de maio de 2007

Sim!

Eu não estou com sorte.
A expectativa, definitivamente, estraga tudo no final.
Eu esperava outra reação, outra ação.
Não sei de onde tirei isso tudo, mas eu senti assim e não lutei contra.
Me deixei levar pra um lugar bem longe, baseada em nada, guiada por ninguém e cheia, lotada de fantasias que não fizeram nenhum sentido.
Eu não entendo como isso começou, mas está acontecendo e isso é um fato.
O pior (ou melhor, quem sabe) é que não sei desfarçar e, muito menos, desistir assim de cara.
Sim! Eu vou tentar mais uma vez, e outra, enquanto eu achar que vale à pena.
Os sininhos ainda tocam... isso só pode ser um sinal!
A mão ainda sua, o coração bate depressa, a respiração ofega... isso tem que ser um sinal!
Eu quero mais!
Acho que estou reaprendendo... que medo! E que delícia!

*Eu- lírico? Dessa vez não! Esse é um retrato real de mim, nesse exato momento! ;)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Cara de pau

Cara de pau, definitivamente, é uma arte! Não é todo mundo que consegue chegar num lugar onde não conhece ninguém e conseguir o que procurava... perguntando aqui, pedindo alí! "Quem tem boca vai à Roma" e eu concordo, mas acrescento: Quem tem boca vai aonde quer!
Ridículo é ter vontade e não fazer. Ridículo é guardar dentro de si o que, na verdade, está prestes a explodir!
Não adianta exigir respostas, aquele que não pergunta. Ninguém tem obrigação de saber o que se passa em sua cabeça. Entrelinhas, indiretas... não! O que tem que ser dito deve ser dito, doa a quem doer!
Por isso que, hoje, eu aprendi que quando a gente quer ou precisa de algo, o orgulho só faz atrapalhar. Hoje eu liguei, pedi, conversei, conheci... e o melhor, eu fui recompensada! A minha cara de pau vai me levar longe!
A sua vergonha? Hum... a sua vergonha eu não sei.
Quer gritar? Grite, ué! Eu não estou nem aí se quem vai ouvir vai achar bom ou ruim... problema de quem tem problemas! Busquemos soluções!

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Sorriso

As coisas mais incríveis acontecem quando menos se espera. Acho que é exatamente o fato de essas coisas nos pegarem despreparados que as tornam assim, tão incríveis!
Eu juro, achei que nem me lembrava mais como era se sentir assim. Não que eu estivesse infeliz. Jamais! Só pensei que minha segurança duraria para sempre. Que inocente!
A verdade é que muita coisa mudou depois que te vi sorrir. Sua magia é de encantar até o mais frio dos seres humanos. Ah! Como é bom rir contigo! Vicia, entende?
"Seus olhos e seus olhares, milhares de tentações". Não sei, mas percebo que entro em transe quando você fala, cheira, toca minhas mãos.
És de uma sutileza, uma delicadeza de derreter até o mais frio dos seres humanos.
A ironia em seus olhos é contrastante com a sinceridade de seus lábios ao se abrirem, deixando todos boquiabertos e com bem muita inveja daqueles que te têm por perto. É tudo tão lindo!
És de um jeito único, capaz de apaixonar até o mais frio dos seres humanos. Eu me apaixonei.

*Eu lírico, pelo amor de Deus!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

O papa é pop até demais...

Eu só queria deixar clara a minha total insatisfação com toda essa AGONIA por causa da chegada do papa no país. Milhões investidos numa visita simbólica. Milhões que poderiam ter sido direcionados para aqueles que realmente precisam. O Brasil tem fome e o papa, SANTÍSSIMO, gastando, sugando, explorando sem nenhum escrúpulo. Sorrindo, sem nenhuma culpa.
É lamentável, como tantas e tantas coisas nesse país e no mundo são. É lamentável...
Mas afinal, quem é o papa? Deus?

sábado, 5 de maio de 2007

Vixe Maria!

Crítica social, cultural e religiosa, entrelaçada com um humor da melhor qualidade, assim é a peça "Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!"
Cansada do limitado poder do marido, Naja, a mulher do Diabo, resolve incentivá-lo a fundar sua própria igreja na Terra para, assim, ampliar suas influências. Os dois, então, desafiam Deus e partem, aproveitando o clima do verão, para fundar a "igreja do Diabo" na Bahia, em Salvador.
Deus, motivado pelo atrapalhado anjo Gabriel, decide descer dos céus e ir até Salvador para impedir que se concretizem os planos do casal. São nos encontros e desencontros entre Deus e o Diabo e suas descobertas e vivências na "terra de todos os santos" que se desenvolve o espetáculo.
Recheada de piadas, "alfinetadas" e muita música baiana, a peça faz um passeio nas principais datas comemorativas da cidade, como o dia do samba, as festas de Santa Bárbara e de Yemanjá e, é claro, o carnaval. É muito explorada, também, a religião do Candomblé e seus orixás, além de outras religiões como a Católica e a Evangélica.
O maniqueísmo é deixado de lado e, tanto Deus quanto o Diabo, são personificados e mostrados, cada um, com seu lado bom e ruim.
"Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia!" é uma peça de Gil Vicente Tavares, Cláudio Simões e Cacilda Póvoas (criada a partir da adaptação livre do conto "A Igreja do Diabo", de Machado de Assis), com direção de Fernando Guerreiro e conta, no elenco, com nomes consagrados no teatro baiano, como Jackyson Costa (Deus)e Frank Menezes (Diabo). A peça encontra-se em cartaz no teatro ACBEU, na Vitória, às Sextas, Sábados e Domingos, sempre às 20h.
Prestigie a cultura e o artista baiano. Vá ao teatro!

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Eu fiz uma viagem ao útero.
Não ao meu, ao da minha mãe.
Eu descobri um monte de coisas lá a meu respeito.
Vi que tem muitas coisas em mim que eu nem sabia que existia(!)...
Muitas coisas dela, outras de meu pai e as melhores: as minhas! Exclusivas.
Isso não é maravilhoso?
Eu achei.

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Eu insisto!

Ainda não me ensinaram a ser mais racional. Eu queria ter total controle dos meus sentimentos e, melhor, dos teus! Eu queria aprender a ser menos "coração". Dói, muito mesmo. Os caminhos mais longos são aqueles em que eu vou com as mãos soltas, se mexendo pra frente e pra trás me enganando, fingindo estar me dando um equilíbrio que não, não existe!
Eu ando cambaleando por aí. À toa, na rua.
A minha maior droga é a ausência que fazes aqui. E a minha maior inveja é a tua felicidade. Mas é ela que me faz sentir que existo: és feliz! Isso me faz mais bem do que mal.
E então, num "balançar" quase de queda, a vida vai se esvaindo e eu vou vagando na esperança de alguma mão segurar a minha. Quem sabe a tua? Quem sabe? Quem?

domingo, 22 de abril de 2007

Liberdade

Hoje eu não vou ocupar muito o seu tempo. Serei breve, portanto.
Hoje eu li num livro que nos tornamos responsáveis por tudo aquilo que cativamos.
Hoje eu acordei pensando que não quero mais certas coisas pra mim.
Hoje eu acordei pensando que a coisa mais certa a fazer é não olhar pra trás.
Hoje eu acordei com saudade dos meus amigos.
Hoje eu acordei fraca e não apareceu ninguém.
Hoje eu fiquei forte por estar sozinha.
Hoje eu aprendi que não quero essa tal responsabilidade pra mim.
Hoje eu vi que discordo de um monte de coisas que as pessoas concordam.
Hoje eu quis gritar por liberdade.
Hoje eu ouvi coisas que me fizeram sentir impotente.
Hoje eu me senti sem o controle de mim e minhas atitudes.
Eu quero a liberdade. E não é só hoje.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Grito de Alerta [Gonzaguinha]

Primeiro você me azucrina, me entorta a cabeça
Me bota na boca um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas, assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo, reflito, estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, e eu vou perguntando: até quando?
São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo
Amassando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei o quanto estou errada
O quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não.

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*Ela explica tudo. Mesmo, mesmo!

domingo, 15 de abril de 2007

Devia ser proibido:

Brincar com o sentimento dos outros.
Dizer mentiras.
Falar "eu te amo" sem o sentir.
Dizer que é diferente pra quem é igual.
Falar demais o que não se deve.
Abraços vazios.
Beijos distantes.
Amor não correspondido.
Dor de cotovelo.
Arrependimento.
Dúvida.
Sofrimento.
Você.

domingo, 8 de abril de 2007

Domingo de Páscoa.

Ela anda meio sem chão. Vazia, feito um caco, oco, aos pedaços. E o outro, distante que só a gota, nem veio lhe dar um abraço e desejar uma Páscoa menos ruim. Os livros não ajudam, nem a TV e nem a companhia de si mesma, era a única que tinha. Pra completar, as coisas tendiam a dar errado. Sim, errado. Nem adiantavam o planos, o tiro iria sair pela culatra da maneira mais inesperada, diria até mais engraçada possível. "Eu não acredito, isso tinha que acontecer comigo". E acontecia, era tudo, mais ou menos, assim, nesse nível.
Sabe o que é isso? O destino. E que Destino FODA esse... que Destino do cão. Ela torcendo pra acontecer e aí acontece, mas do jeito que ela não queria que o fosse e, também, da maneira mais legal que poderia ter sido. Vai entender esse Destino...
A esperança é a última que morre. E agora? É... não sobrou mais nada... e TUDO!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Dos palcos às telonas.


"Ó paí ó": expressão popular que virou título da peça encenada pelo Bando de Teatro Olodum na década de 90 e que virou filme recém estreado em todo o Brasil. O filme que tem no elenco atores como Lázaro Ramos, Wagner Moura, Dira Paes, Stênio Garcia, Emanuelle Araújo, Gustavo Mello, além dos atores do própro Bando e dirigido por Monique Gardenberg conta de uma maneira descontraída e cheia de baianidade a vida no Pelourinho, em Salvador, mas sem perder de vista a crítica social. O filme mostra o cotidiano e as dificuldades encontradas por moradores de um cortiço em plena semana de carnaval. O filme é bem fiel à peça ao retratar a exclusão e desigualdade social. É um filme para rir e chorar, com certeza.
"Ó paí ó" é uma ótima pedida para aqueles que querem dar boas risadas e, ao mesmo tempo, repensar a realidade da população baiana.


O filme "Ó Paí ó" está em cartaz nos principais cinemas de Salvador e a peça voltou a ser apresentada do Teatro Vila Velha às Sextas e Sábados.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

O nome

Ele a queria. Ela o tinha. O maior desejo da vida dele era que ela o percebesse. Ela percebeu. Finalmente seus olhos se encontraram. Ele acenou com as mãos. Ela sorriu acanhada. Era uma tarde linda, clara e fresca.
Noutro dia seus olhares novamente se cruzaram e ele se aproximou. O coração dela palpitava mais forte a cada passo que ele dava. Ele não via a hora de tocar-lhe as mãos.
Ele perguntou seu nome. Alice, ela respondeu. A voz dela era como um canto leve, que ele ouviu com um prazer que jamais sentira. Ele se chamava Víctor, mas isso ela não procurou saber.
Ele a olhava nos olhos, cada vez mais de perto. Os olhos dela enchiam-se de lágrimas e uma gota de amor rolou em sua face quando os lábios dele tocaram os dela num gesto delicado e sereno, banhado de ternura e respeito.
Ele agora sentia seu corpo inteiro formigar. As mãos dela tremiam. Nenhum dos dois jamais entendeu o que houve naquele dia.
Ela sorriu e ele guardará aquela imagem para sempre. Ela virou-se e se foi. Como um anjo, flutuava pela rua. Ele, parado, assistiu-a partir. E dalí em diante não mais seus olhos se cruzaram.
Ela nunca irá esquecer aquele toque e, ele, o seu sorriso. E o beijo que ali aconteceu, também, jamais será esquecido.
Por mais que o tempo passe e que outras pessoas apareçam, no coração dele a lembrança de Alice viverá e ela só irá se lembrar dele: o menino que lhe roubou um primeiro beijo e o qual ela não sabe sequer o nome.

terça-feira, 27 de março de 2007

É viceral...

Apagaram-se as luzes.
O frio na espinha subindo e descendo
num movimento erótico de prazer absoluto
e desespero.
O estômago (revirado) era um pêssego, uma ameixa.
O som derradeiro soou. Uma, duas, três vezes.
As palmas adiantaram-se num coro ensurdecedor
exigindo o início do espetáculo.
Cena 1: eu, estática, frente à multidão.
Não, já não era eu.
Viva meu corpo, pela primeira vez, a sensação de pertencer a outra alma.
Logo eu, que sempre quis ver o mundo com os olhos de outra pessoa.
Agora via.
Era eu, fora de mim.
Atriz e espectadora.
O amor nas entranhas, é viceral.
Não sabia mais onde começava ou terminava a cena.
Cena? Mas eu não vou nem discutir...
Acenderam-se as luzes.
Palmas.
O pêssego/ameixa volta a pulsar
e o orgasmo é atingido.
Aplausos.
Fim do show.

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Agradecimentos especiais para Deyse e a nossa conversa mais que bacana ontem!

sábado, 24 de março de 2007

Para Juliana Vidoto

Eu sou a mais feliz: ela vai voltar pros amigos, pra família. Eu sou a mais triste: ela vai deixar os sonhos pausados, os projetos, os planos. Eu sou a mais surpresa: ela voltou como num passe de mágica pra mim, quando eu mais precisei dela. Eu sou a mais sortuda: ganhei uma prima, uma irmã, uma amiga. Eu sou a mais azarenta: a vida levou ela pra longe de mim. Eu sou a mais amada: ela é sincera nos seus sentimentos. Eu sou a mais abandonada: ela não queria, mas foi. Eu sou a que tem mais saudade...


"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

quinta-feira, 22 de março de 2007


"Quando a gente cresce, aprende que a vida é um eterno jogo de interesses no qual vence o mais esperto. Entenda: ninguém é amigo de ninguém..." Será que é tudo tão mecânico e seco assim? Será que a gente não pode olhar pro lado que as pessoas que confiamos vão nos apunhalar? Será que quanto mais a gente cresce, mais as coisas se tornam cruéis? É essa a realidade? A vida é mesmo assim? Então me diz: pra que lado que fica a terra do nunca?

domingo, 18 de março de 2007

Dica para o próximo fim de semana.

A Bofetada
Onde: Teatro ISBA
Quando: sexta, sábado e domingo até 1º de Abril
Quanto: sexta R$12,00, sábado e domingo R$15,00 (meia)





Fotos: Ju, eu e Likka com o elenco: Lelo Filho, Nilson Rocha, Jarbas Oliver e Bubba de Campos.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Amanda

Camilo era um pai de família. Morava num bairro de classe média na cidade do Salvador com a esposa e o filho Antônio. Tinha carro, emprego fixo, bom salário, enfim, a vida que qualquer um gostaria de ter.
Ele era um homem realizado. Achava que já tinha feito de tudo, conquistado tudo, que a vida, agora, era só assistir Antônio crescer e ser alguém na vida, quando o destino o pegou de surpresa.
Foi num sábado, no bar com os amigos, que Camilo conheceu Amanda: prostituta, pobre, loira e com um belo par de pernas grossas.
Camilo achou que nunca ia viver uma situação como aquela. Depois da insistência quase incansável do amigo Marcos para que ele “traçasse” a moça, Camilo cedeu. Ele só não contava em se apaixonar por ela, e foi exatamente o que aconteceu.
Passaram-se meses, semanas, um ano e Camilo não se perdoava pela traição à sua família. Ele se culpava por ter se rendido aos “atributos” da prostituta e por não ter contado antes à sua mulher o ocorrido naquela noite. Agora seria tarde demais.
Mas a imagem de Amanda não lhe saía da cabeça. Temia até, um dia, chamar seu nome enquanto dormia ao lado da esposa. E a culpa que sentia só aumentava. O conflito vivenciado diariamente ao olhar nos olhos da mulher ao acordar, ao sentir o amor que esta lhe dedicava, sua fidelidade, fazia com que Camilo se sentisse a pior pessoa do mundo.
Camilo vivia perturbado, divido entre o peso do remorso e do desejo que sentia ao lembrar de Amanda, seus cabelos, seios fartos e as pernas... Ah! Que pernas! Ele pensava nela todos os dias e noites.
Toda a família já havia notado a diferença no comportamento de Camilo. Ele estava frio com a mulher, distante do filho, dos irmãos, parou de visitar a mãe aos Domingos. Passava a semana pensando em, no Sábado, voltar àquele mesmo bar, na esperança de reencontrar Amanda, mas ele nunca mais a viu. A esposa de Camilo e seu filho Antônio nunca souberam a verdade. Nunca entenderam a mudança repentina no comportamento do pai.
Com o passar dos anos, a esposa de Camilo não suportou viver ao lado daquele homem distante, inerte ao mundo à sua volta que ele havia se tornado e os dois se divorciaram - ele não sofreu. Antônio se formou na faculdade e mudou-se para Londres.
Camilo perdeu o emprego, voltou para a casa da mãe, adoeceu de tanta tristeza e morreu dizendo repetidas vezes: “ela tinha que ter amor no nome”.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Dia Nacional da Poesia.

"A literatura é o espaço do impossivel."

domingo, 11 de março de 2007

Faces

Camila não gosta de meninos
Márcia odeia mulheres
Eu gosto de branco e preto
Iasmin é colorida
Cíntia ouve axé e arrocha
Jéssica desce até o chão
Tiara só escuta rock pesado
Aline quer um pouco de silêncio
Mariana é balconista
Juliana tem stress
Marília é leonina
Carla é de áries
Carmem pinta os cabelos
Natasha voltou pra casa
Sandra que ser atriz
Jandira acha que sabe cantar
Carolina só gosta de azul
Eu gosto de branco e preto.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Sorriso, carinho, simpatia, talento, olhar, leitura, escrita, teatro, paz, assédio, encantamento, contentamento, perseverança, compaixão, amor, amizade, ironia, sabor, pele, pensamento, sentimento, homem, mulher, mãe, filho, vida!

Laís Souza

domingo, 4 de março de 2007

Ex- amigo(a)

Uma amizade quando termina é algo interessante a se observar... São várias fases atravessadas, fases difíceis, até que se alcança a auto-sufciência, finalmente!A primeira é a fase da raiva. É essa que vem logo que você descobre o podre que o mais novo ex- amigo acabou de aprontar ou vem escondendo há um bom tempo. Você quer matar aquela pessoa. A última coisa que você precisa nessa fase é encontrar com o falso, cretino, mentiroso e filho da... acho que já deu pra entender.A segunda é a fase da saudade. Dá um aperto no peito... de repente você esquece os palavrões, as traições e só consegue lembrar dos momentos ótimos que passou junto àquela pessoa tão importante na sua vida. As viagens, as conversas, as bobeiras, tudo volta à cabeça e aí você chora, chora muito. Quase bota tudo a perder e procura o dito cujo. Só que a terceira fase tá aí pra te ajudar e não te deixar voltar atrás. Qual a terceira fase? A indiferença. Desprezo é tudo que ele precisa. Você conclui que ele não merece sua raiva e nem seu sofrimento. Tudo o que você pode oferecer pra aquele ser mesquinho é limitá-lo a total insignificância. Você, no máximo, o cumprimenta caso se encontrem e só, somente só. Dê-se por satisfeito.A terceira fase é a mais longa, até que você finalmente chega ao topo: a auto-suficiência. É nesta quarta e última fase que o sofrimento acaba e quem antes era um traidor, que virou saudade e depois um ser inferior, passa ser uma lembrança do passado! É nesta fase que nasce o perdão e o recomeço... É agora que vocês conversam e dão uma nova chance pra a amizade... e vamos torcer pro próximo taridor não ser você!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Trevas

Anoitecer contínuo.
As borboletas,agora negras,
que despencam sobre as cabeças dos homens
acéfalos e incrédulos do mundo e suas cores.

Uma menina um pouco mulher
que mal sabe do mundo ao longo da vida.
Uma mulher um pouco menina
que mal sabe da vida ao longo do mundo.

No horizonte a linha do fim,
não mais do começo.
E andamos em sua direção.
Todos, lado a lado,
como numa marcha rumo ao lugar nenhum.

E o sangue que escorreu dos olhos da santa,
hoje, sai dos nossos, mas sem que percebamos.
E, pálidos, continuamos cantando o nosso tempo finito
nesse mundo de Deus ou do Diabo.

Laís Souza

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Uma vontade



A vida nos prega tantas peças... Ás vezes parece que dá pra segurar o mundo com as nossas mãos e, de repente, tudo escapa entre os dedos. Aquele controle islusório vai por água abaixo e não, não dá pra manter as coisas nos lugares certos (se é que são mesmo os lugares certos).
Viver é um ofício dos mais árduos e por vezes começo a pensar que não tenho muito talento pra isso... aí eu vou levando, empurrando, rastejando. Daí a pouco me levanto e sigo sem razão nenhuma. O mais incrível é que sorrio como se tivesse um monte de motivos para tal. E não é que eu tenho mesmo? Acho que sou um pouco louca... e quem não é?
Eu aqui, isolada na minha ironia (adoro!) e as pessoas lá fora pulando, gritando, cantando. Louvando uma alegria que só dura cinco dias, mas que marcam o ano inteiro... dá uma vontade de chegar fevereiro do ano que vem.
E aí eu choro. De amor, de saudade, de alegria. Dá uma vontade de encher a casa dos amigos mais queridos...
Dá uma vontade de comer brigadeiro com Doritos e muuuuuuita coca-cola. Sim, eu saí do regime, mas só por um fim de semana.
Dá uma vontade de ver aquele filme pra rir e chorar... aquele do baiano que pensa que é carioca! E eu dou risada mil vezes da mesma piada. Isso é que é humor bem feito!
Dá uma vontade de reviver aquelas férias, as amigas, as viagens (não necessariamente espaciais).
Dá uma vontade de ser outra pessoa... quem sabe aquela gostosa que passou na praia... Ah! se eu tivesse aquele quadril, aquele cabelo, aquela barriga! Voltei pra dieta.
E dá uma vontade aqui e outra vontade alí, mas eu não sacio nenhuma delas.
Acho que sou pouco um lúcida, mas quem não é?

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Tédio


Quando o mau humor se instala tudo parece dar errado. Você vê tudo de forma mais sem graça... tudo o que você mais gosta torna-se um verdadeiro saco! É quando mais dá vontade de sair e esquecer os maus pensamentos. Você tenta sair, liga para todos os seus amigos: um não está em casa, o outro já marcou com o colega da faculdade, a outra vai sair com o namorado.... Merda! O universo conspira e você acaba sozinho, enfiado em casa vendo aquele programa irritante de auditório onde o apresentador só sabe fazer as mesmas piadas o tempo inteiro. Daí você começa a contar com a possibilidade remota de que irá passar um filme interessante na televisão, mas não! Hoje tem final de mais um dos milhares de campeonatos de futebol e o seu pai não pode deixar de assitir na única televisão da sua casa! Você já não tem mais idéias e, a cada minuto que passa, você vai ficando cada vez mais irritado. Começa, então, a entrar num estágio onde você quer tanto arrumar de algo de útil para fazer que todas as suas idéias maravilhosas desaparecem completamente! Você se pergunta porque quando você não tem nada pra fazer nao surge nada de interessante, mas no dia em que você tem um compromisso inadiável aparecem outros dezessete mil eventos no mesmo dia e hora. Você olha para a sua cama, ela olha para você: brilhante idéia! vou dormir o dia inteiro! Vira pra direita, pra esquerda, deita de bruço, até que chega à mais uma sensacional conclusão: você está muito longe de estar com o mínimo de sono possível para, sequer, cochilar. É então que você desiste, junta-se ao seu pai e finge que é muito divertido passar toda a sua tarde de sábado assistindo o jogo do Fluminense contra o Flamengo, afinal, já são duas da tarde e só faltam apenas dez horas para que aquele "belíssimo" dia chegue ao fim. Você pensa: é... passa rápido!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Quem é esta mulher?

Quem é esta mulher?
Quem é esta que me bate
que me arrasa os sonhos
e os desejos mais íntimos?

Quem é esta que me alivia as dores
que acode, me cuida.
Que me afaga e conforta
os cabelos entre os dedos?

Quem é esta mulher
que é cor, é brilho?
É mãe, é filha, amante, amiga.
Minha maior inimiga.
Ódio, querer.

Quem é esta que me mata
que me apaga a sete palmos?
Que me tira o tablado
em que eu costumo pisar?

Quem é esta mulher
que de anjo é a morte
que de amor é a vida
e de mim um pedaço?

Laís Souza