sexta-feira, 16 de março de 2007

Amanda

Camilo era um pai de família. Morava num bairro de classe média na cidade do Salvador com a esposa e o filho Antônio. Tinha carro, emprego fixo, bom salário, enfim, a vida que qualquer um gostaria de ter.
Ele era um homem realizado. Achava que já tinha feito de tudo, conquistado tudo, que a vida, agora, era só assistir Antônio crescer e ser alguém na vida, quando o destino o pegou de surpresa.
Foi num sábado, no bar com os amigos, que Camilo conheceu Amanda: prostituta, pobre, loira e com um belo par de pernas grossas.
Camilo achou que nunca ia viver uma situação como aquela. Depois da insistência quase incansável do amigo Marcos para que ele “traçasse” a moça, Camilo cedeu. Ele só não contava em se apaixonar por ela, e foi exatamente o que aconteceu.
Passaram-se meses, semanas, um ano e Camilo não se perdoava pela traição à sua família. Ele se culpava por ter se rendido aos “atributos” da prostituta e por não ter contado antes à sua mulher o ocorrido naquela noite. Agora seria tarde demais.
Mas a imagem de Amanda não lhe saía da cabeça. Temia até, um dia, chamar seu nome enquanto dormia ao lado da esposa. E a culpa que sentia só aumentava. O conflito vivenciado diariamente ao olhar nos olhos da mulher ao acordar, ao sentir o amor que esta lhe dedicava, sua fidelidade, fazia com que Camilo se sentisse a pior pessoa do mundo.
Camilo vivia perturbado, divido entre o peso do remorso e do desejo que sentia ao lembrar de Amanda, seus cabelos, seios fartos e as pernas... Ah! Que pernas! Ele pensava nela todos os dias e noites.
Toda a família já havia notado a diferença no comportamento de Camilo. Ele estava frio com a mulher, distante do filho, dos irmãos, parou de visitar a mãe aos Domingos. Passava a semana pensando em, no Sábado, voltar àquele mesmo bar, na esperança de reencontrar Amanda, mas ele nunca mais a viu. A esposa de Camilo e seu filho Antônio nunca souberam a verdade. Nunca entenderam a mudança repentina no comportamento do pai.
Com o passar dos anos, a esposa de Camilo não suportou viver ao lado daquele homem distante, inerte ao mundo à sua volta que ele havia se tornado e os dois se divorciaram - ele não sofreu. Antônio se formou na faculdade e mudou-se para Londres.
Camilo perdeu o emprego, voltou para a casa da mãe, adoeceu de tanta tristeza e morreu dizendo repetidas vezes: “ela tinha que ter amor no nome”.

2 comentários:

larissa seixas disse...

um amor assim é como um vício, destrói a vida de uma pessoa...

muito lindo seu conto... =D

bjo!

ps: www.escriturasdelarissaseixas.blogger.com.br
tá ai o link do meu blog. =**

Ju disse...

Lai, adorei o seu conto! É o da aula de Alena? Ficou muito bom!
Vou adicionar seu blog no meu tá?
Um beijo Lai.