quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A menina flor

Agora ela começa a entender. Ela está com raiva, mas agradece mesmo assim. O ditado diz que há males que vêm para o bem e ela concorda. Ao menos essa verdade a cabe. Ela acredita nisso. Já basta.
Pobre da menina que viu flores e não semeou amor. O rapaz que a colheu sentiu o cheiro e gostou, mas não lembrou que, sem cuidado, a flor murcha e perde a cor.
A menina empalideceu, alvejou, sumiu em questão de minutos. A dor é no coração, não se sofre na cabeça.
A nuca da menina flor é dura de tensão. Tensa da falta de olhar do rapaz de colheita. O rapaz que também não semeia ficou.
Ele não percebe os olhares da menina flor. Ela agora é transparente diante dele. O brilho que se esvaiu não volta. Outro há de surgir.
O rapaz que não semeia colhe outra flor e cuida. A outra flor brilha. Cheira mais que a menina diante do rapaz. A menina flor diminui e espera, confia.
A flor da menina não tem cor aos olhos do rapaz que não semeia, mas colore o ar do rapaz que mudou, que voltou a ser o que era.
Essa cor é a mais bonita, é a do verdadeiro amor.

3 comentários:

Juliana Correia disse...

Que lindo lai. Tão lírico, tão sublime, tão entrelinhas...Amei. Encheu meu coração de uma sensação tão bonita...
Quero que reguem bem a sua flor, viu?

Mateus Elipê disse...

Acho que essa menina andou pela praia lá do meu blog.

Amo nossa sintonia.

Amo você!!

bjo

vivocêlánofuturo disse...

gostei de ler isso três vezes.

**: