Apagaram-se as luzes.
O frio na espinha subindo e descendo
num movimento erótico de prazer absoluto
e desespero.
O estômago (revirado) era um pêssego, uma ameixa.
O som derradeiro soou. Uma, duas, três vezes.
As palmas adiantaram-se num coro ensurdecedor
exigindo o início do espetáculo.
Cena 1: eu, estática, frente à multidão.
Não, já não era eu.
Viva meu corpo, pela primeira vez, a sensação de pertencer a outra alma.
Logo eu, que sempre quis ver o mundo com os olhos de outra pessoa.
Agora via.
Era eu, fora de mim.
Atriz e espectadora.
O amor nas entranhas, é viceral.
Não sabia mais onde começava ou terminava a cena.
Cena? Mas eu não vou nem discutir...
Acenderam-se as luzes.
Palmas.
O pêssego/ameixa volta a pulsar
e o orgasmo é atingido.
Aplausos.
Fim do show.
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Agradecimentos especiais para Deyse e a nossa conversa mais que bacana ontem!
10 comentários:
dúdios? heheh eu quis dizer dúbios! hehe
versos vivos, dúdios!
grande beijos
e as polêmicas?
um cheiro!
Nossa, o seu poema me fez lembrar do livro Cartas a um jovem poeta, quando Rilke descreve a sensação de provar uma fruta, aquele sabor cheio que adormece a boca e eriça os pelos.
Abraços.
a lai tá inspirada. e que inspirada fique, inspirada continue.
É revoltante mesmo. Enquanto a tão prometida passarela não fica pronta outros acidentes como este vão acontecendo.
e que essa sensação perdure pelos tempos...
e que seja sempre maravilhoso...
e que eu te assista um dia! =]
bjo grande
e assim se deu o 1º, 2º e ultimo ato.
só esqueceram de fechar as cortinas.
beijos sapinha!
Muuuito bonito Lai!
:***
Gostei na poesia.
Muito viva...
Cai aqui por acaso, procurava a correta grafia de visceral que pensava ser viceral.
Aprendi que visceral tem um S a msis, rs
Resolvi compartilhar com voce para que sua poesia fique mais perfeita.
Até
Fabio
fabio66@gmail.com
Cai sem querer no seu blog, interessante o texto.
Acho que falta um pouco disso no mundo...
:)
beijos
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