sábado, 15 de maio de 2010

Salve Salvador!


O carro quebrou. Está fazendo um barulho sem tamanho e, pior, praticamente não sai do lugar. Até que eu vinha conseguindo fazê-lo andar, mesmo bebendo litros e litros de combustível, inclusive, hoje de manhã, ele ainda pegava no tranco.

Acordei cedo para ir à Cultura Inglesa fazer a parte que faltava do meu primeiro simulado para o FCE. Uma merda. A pior prova que já fiz em toda a minha vida. Juro! E, pra piorar, a moça da biblioteca ainda me sabotou sem maldade. Só depois que passei 40 minutos de loucura tentando entender o que as pessoas falavam no cd (estava fazendo a prova do Listening), ao mesmo tempo que tinha que ler as questões, marcar as opções corretas e/ou completar as frases é que descobri que, entre uma questão e outra, eu deveria ter um micro intervalo para ler as questões antes de ouvir o maldito cd. Ok. já era tarde. Perdi meu tempo e minha paciência.

Mas, voltando ao assunto do carro, no segundo round do meu sábado de trabalho duro, ele resolveu me deixar na mão de verdade. Não havia como sair com ele naquele estado. A pé, chegaria mais rápido ao shopping Iguatemi, que era meu destino.

Mesmo fazendo Vigilantes do Peso e estando deveras empolgada com a idéia de fazer exercícios físicos, optei pelo transporte público para ir ao encontro de Mari no shopping. Foi aí que a bagaceira começou.

O calor, pra variar, estava insuportável na capital baiana. O ônibus não demorou a passar e estava (graças, senhor!) vazio. Cheguei à Estação Transbordo rapidinho, rapidinho.

Dado o primeiro passo na estação, que loucura! Um milhão de pessoas circulando e falando ao mesmo tempo. Minha atenção divida entre capas de celular, perfumes embalados como se fossem queijo, roupas (sim! tinha uma senhora vendendo uma saia de bolinhas que era uma coisa!), cabos, fios, bonés, cd´s, dvd´s, doces, amendoins...eu não sabia a quem olhar, agradecer ou se saia correndo dali.

COMO SE FOSSE POSSÍVEL CORRER NA PASSARELA DO IGUATEMI AO MEIO DIA!

É gente de tudo quanto é tipo, cor, estilo. Passou por mim uma mulher chorando com tanto afinco que fiquei uma parte penalizada e outra bem muito curiosa pra saber o motivo daquele sofrimento todo. “Se for mal de amor, minha filha, vem cá que eu te entendo!” Não, eu não disse isso a ela, mas pensei.

Pensei com dificuldade, sim, porque é muito difícil pensar qualquer coisa boa, que tenha a ver com solidariedade e compaixão ouvindo um pagode horroroso num volume absurdo no seu ouvido. E pior, como se não bastasse o ruído da música em si, ainda tinha uma moça me fazendo o favor de acentuar, desafinadamente, cada detalhe daquela poesia no meu ouvido.

A vontade de calá-la só não era maior que a de fazer o mesmo (e mais uma sessão toda especial de tortura) com os rapazotes desprovidos de bom senso que se acham no direito de me dizer cantadas baratas num tom super intimista e pegar no meu cabelo. Mas é muita ousadia... FALA, MAS NÃO PEGA! Aliás, não fale nada não, na moral. Que raiva, que nojo.

Só me veio na cabeça um dia, há uns 6 anos, que, saindo do supermercado, passou um caminhão por mim na rua e, incrédula e sem ação, assisti o homem que estava no carona colocar metade do corpo para fora da janela e gritar, sem nenhum pudor, apontando para esta que vos escreve:
- RABUUUUUUUUUUUUUUUUDAAAAAA!!!

Salve Salvador! Eu não mereço tanto.

2 comentários:

Mariana Riccio disse...

welcome back! acompanharei todos os seus passos de dança!
te amo, filhotinha!

Unknown disse...

nada mais divertido q cantadas baratas... um dia eles se convencerão de que a gente n gosta?