sábado, 21 de junho de 2008

O céu sobre os ombros

Há nuvens cinzas entre as almas
e raios no lugar das palavras.
Há cicatrizes frias onde existia dor
e ainda dói.

O rancor vira saudade
e depois volta a ser rancor
A saudade...
Ah! Saudade!

A vida há de mostrar-lhe
que há verdade em meu pranto
e que as palavras saem puras
do peito de quem chora a dor
em meio a tantos risos.
Por que sorris?

São sonoras gargalhadas
contrastando com os soluços das lágrimas.
São muitas lágrimas
escondidas no sorriso.

Ainda assim canto a angústia
de ter que me sentir limpa
mesmo que em meio a toda a sujeira
que fantasias em nós.
Mas nosso cheiro não se deixa abalar com o tempo.

O senhor das contas, o tempo.
Contando os impulsos, somando os anseios,
tirando as feridas.
O senhor das curas, o tempo.

E, por mais que eu acredite
na força que temos um no outro,
é preciso entender
que o horizonte fica menor
quando se tem o céu sobre os ombros.