quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A menina flor

Agora ela começa a entender. Ela está com raiva, mas agradece mesmo assim. O ditado diz que há males que vêm para o bem e ela concorda. Ao menos essa verdade a cabe. Ela acredita nisso. Já basta.
Pobre da menina que viu flores e não semeou amor. O rapaz que a colheu sentiu o cheiro e gostou, mas não lembrou que, sem cuidado, a flor murcha e perde a cor.
A menina empalideceu, alvejou, sumiu em questão de minutos. A dor é no coração, não se sofre na cabeça.
A nuca da menina flor é dura de tensão. Tensa da falta de olhar do rapaz de colheita. O rapaz que também não semeia ficou.
Ele não percebe os olhares da menina flor. Ela agora é transparente diante dele. O brilho que se esvaiu não volta. Outro há de surgir.
O rapaz que não semeia colhe outra flor e cuida. A outra flor brilha. Cheira mais que a menina diante do rapaz. A menina flor diminui e espera, confia.
A flor da menina não tem cor aos olhos do rapaz que não semeia, mas colore o ar do rapaz que mudou, que voltou a ser o que era.
Essa cor é a mais bonita, é a do verdadeiro amor.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Dia do Teatro.

Eu não julgo aqueles que dedicam um dia inteiro à coisas ou pessoas especiais. Quem aqui não faz aniversário, não é mesmo? Mas deixar para lembrar do que deveria ser essencial em apenas um dia do ano é tolice.
Essa idéia de dedicar um dia para algo específico é interessante, mas às vezes um pouco injusta. Digo porque acredito existirem coisas que merecem ser lembradas e homenageadas todos os dias.
Assim é o teatro.
É uma pena que alguns lembrem-se em apenas um dia do que eu amo por toda a vida.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Nada como a sensação de pisar em ovos. Nada como a incerteza em relação ao tudo e ao outro. Pior ainda quando a certeza em relação ao "eu" começa a aparecer. Agora sim, alguém está com problemas.
É como ter e não ter algo ao mesmo tempo. A gente sente, toca, beija. Divide o nosso abraço, o nosso carinho e não pode cobrar nada.
Não que a gente dê amor esperando o possível retorno, mas, em se tratando de sentimentos, a recíproca deveria ser algo, no mínimo, essencial. Por que não existe uma lei obrigando a ser assim? Se houvesse, não sei se adiantaria muita coisa também.
Só sei que não entendo como me meti nessa. Maldita hora que resolvi dançar sozinha...