sábado, 25 de agosto de 2007

Mentira.

Quando alguém conta uma mentira muitas vezes, não que ela se torne verdade, mas se aproxima dela. A verdade é crua, nua. A mentira tem enfeites, ela brilha aos olhos. Mentiras são mais criativas, mais bonitas. A mentira protege as pessoas dos seus erros. Ela faz com que não machuquemos muitos com o peso da maldita verdade. Sim, a verdade machuca e muito. A mentira instiga o talento do criar nas pessoas, nos dispertam a crença naquilo que queremos. Não seria maravilhoso se todos acreditássemos no que queremos? O mundo seria, no mínimo, mais democrático. Eu acredito que você está errado e você acha que errado sou eu. Nada muda, cada um no seu crer, no seu espaço e fim de papo. Ah! O mundo da mentira seria como o mundo dos sonhos. Um lugar onde, finalmente, poderíamos viver nossos desejos mais íntimos sem a culpa de ter que assumir isso ou aquilo mais tarde. Todos faríamos tudo. A criança colocaria o dedo na tomada mil vezes sem precisar sair do cercado. Os fãs beijariam seus ídolos sem nunca, sequer, ter chegado perto deles. Ninguém teria feio abortos ou matadao ou roubado. Todos teriam tudo o que querem. O planos dariam certo...
Mas a verdade insiste em existir e os valores insistem em não enxergar a beleza da mentira, da história, do inventar. A verdade é invencível, impossível de ser deixada de lado. O problema é que o mundo pode até acreditar em você, mas você vai sempre saber, lá no fundo, o que é ou não verdade.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ah! O amor...


Coisa mais gostosa é fazer o que se quer, na hora que se quer, com quem se quer e onde se quer. Ah, o amor! É vontade. Quando correspondido e efetivado, é delícia. Ah, o amor! Quando ignorado e açoitado, é tormento. É o mais ciclotímico dos sentimentos, é o melhor de sentir. Ah, o amor! Até doendo é prazeroso, até feliz é triste e o vazio que faz sua ausência, insubstituível.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Aperta o start.

A vida é um jogo. Nela você ganha e perde o tempo todo, a única diferença é que não dá pra decorar o "password" e pular as fases, ou não (como diria Caetano). Pensando bem, eu já pulei fases diversas vezes. Até demais. Quem sabe?
Todo dia é um jogo novo que começa. Interesses, bônus, "lifes" perdidos, outros (re) conquistados, missões cumpridas aqui ou na fase seguinte, ou na semana seguinte, ou nunca.
E os inimigos estão por toda parte. Alguns disfarçados, os quais você só vai descobrir a verdadeira face bem mais tarde, no fim da fase: são os chefões. Os pequeninos a gente vai pulando, pisando em cima que eles. Vão sumindo conforme a tela vai andando.
Tudo é um jogo e tem jogo dentro do próprio jogo. Eu fiz de nós dois uma partida e você está se acostumando a levar a melhor, mas a mesa ainda pode virar. Eu, no seu lugar, não contaria vitória antes do tempo porque o nosso jogo acabou de começar. E têm personagens sobrando nessa história, só ainda não sei se sou eu, você ou alguém mais. Mas um de nós vai ter de ser desclassificado logo, logo... Isto aqui é contra as regras, é contra as minhas regras e no meu jogo mando eu.
Dessa vez não vou pular as fases, vou passar por cada uma delas e pisar em cada obstáculo, entendeu? Pisar. Aperta o start, meu bem, já ficou tarde pra voltar atrás. Agora eu vou jogar pra ganhar.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Cético.

Fechar os olhos para o que está bem diante de ti não é uma boa alternativa, te digo por experiência própria. Uma hora a verdade salta à sua frente de forma que se torna impossível desviar e você tropeça nela. Cai, bem em cima dela e, pode crer, machuca muito!
Paradoxalmente, as pequenas mentiras doem tanto quanto as grandes ou até mais. Tudo vai depender o tamanho da queda.
Por tanto, prefira enxergar a verdade das coisas (seja ela relativa, ou não) desde o início. Ouça seus amigos e cale a boca do seu coração com toda força, às vezes. Ele é o campeão em te levar para as piores roubadas e coisas assim. Geralmente são as mãozinhas quentes dele que costumam te impedir de ver o que vem pela frente.
Pense. Deixe pra sentir depois.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Acreditar

Enquanto for possível eu vou acreditar, só não garanto eternidade. O tempo é doloroso demais para permitir que as coisas fiquem tanto tempo. Muito é coisa de exagero e eu quero só um pouco, apesar de quase nunca estar satisfeita. Melhor é um pouco mais.
Suas ausências machucam, sim. Não nego. Mas elas me fazem reconhecer o mundo sem você, como um tipo de treinamento. Eu vou ensaiando para o dia em que o buraco será definitivo.
Por mais que eu tente, o calor dos seus dedos e o ruído do seu sorriso fazem falta. Fizeram por todos os dias, acredite. Pode até parecer loucura, impulsos insanos, devaneios meus, mas, independente do que seja, o fato é que as coisas estão se desdobrando (ou se enrolando mais ainda) dessa forma. Os fatos são mais importantes que qualquer suspeita ou insinuação.
Saiba que apesar de cedo, foi tarde, tudo isso. Apesar de novo, é velho. É tudo um retorno muito intenso a sentimentos ignorados por aquele mesmo tempo que falei outrora. Aquele mesmo tempo que te trouxe e levou tantas vezes e que parece não intencionar fazer diferente dessa vez.

[10/05/2007]