terça-feira, 27 de março de 2007

É viceral...

Apagaram-se as luzes.
O frio na espinha subindo e descendo
num movimento erótico de prazer absoluto
e desespero.
O estômago (revirado) era um pêssego, uma ameixa.
O som derradeiro soou. Uma, duas, três vezes.
As palmas adiantaram-se num coro ensurdecedor
exigindo o início do espetáculo.
Cena 1: eu, estática, frente à multidão.
Não, já não era eu.
Viva meu corpo, pela primeira vez, a sensação de pertencer a outra alma.
Logo eu, que sempre quis ver o mundo com os olhos de outra pessoa.
Agora via.
Era eu, fora de mim.
Atriz e espectadora.
O amor nas entranhas, é viceral.
Não sabia mais onde começava ou terminava a cena.
Cena? Mas eu não vou nem discutir...
Acenderam-se as luzes.
Palmas.
O pêssego/ameixa volta a pulsar
e o orgasmo é atingido.
Aplausos.
Fim do show.

--------------------------------------
Agradecimentos especiais para Deyse e a nossa conversa mais que bacana ontem!

sábado, 24 de março de 2007

Para Juliana Vidoto

Eu sou a mais feliz: ela vai voltar pros amigos, pra família. Eu sou a mais triste: ela vai deixar os sonhos pausados, os projetos, os planos. Eu sou a mais surpresa: ela voltou como num passe de mágica pra mim, quando eu mais precisei dela. Eu sou a mais sortuda: ganhei uma prima, uma irmã, uma amiga. Eu sou a mais azarenta: a vida levou ela pra longe de mim. Eu sou a mais amada: ela é sincera nos seus sentimentos. Eu sou a mais abandonada: ela não queria, mas foi. Eu sou a que tem mais saudade...


"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.

quinta-feira, 22 de março de 2007


"Quando a gente cresce, aprende que a vida é um eterno jogo de interesses no qual vence o mais esperto. Entenda: ninguém é amigo de ninguém..." Será que é tudo tão mecânico e seco assim? Será que a gente não pode olhar pro lado que as pessoas que confiamos vão nos apunhalar? Será que quanto mais a gente cresce, mais as coisas se tornam cruéis? É essa a realidade? A vida é mesmo assim? Então me diz: pra que lado que fica a terra do nunca?

domingo, 18 de março de 2007

Dica para o próximo fim de semana.

A Bofetada
Onde: Teatro ISBA
Quando: sexta, sábado e domingo até 1º de Abril
Quanto: sexta R$12,00, sábado e domingo R$15,00 (meia)





Fotos: Ju, eu e Likka com o elenco: Lelo Filho, Nilson Rocha, Jarbas Oliver e Bubba de Campos.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Amanda

Camilo era um pai de família. Morava num bairro de classe média na cidade do Salvador com a esposa e o filho Antônio. Tinha carro, emprego fixo, bom salário, enfim, a vida que qualquer um gostaria de ter.
Ele era um homem realizado. Achava que já tinha feito de tudo, conquistado tudo, que a vida, agora, era só assistir Antônio crescer e ser alguém na vida, quando o destino o pegou de surpresa.
Foi num sábado, no bar com os amigos, que Camilo conheceu Amanda: prostituta, pobre, loira e com um belo par de pernas grossas.
Camilo achou que nunca ia viver uma situação como aquela. Depois da insistência quase incansável do amigo Marcos para que ele “traçasse” a moça, Camilo cedeu. Ele só não contava em se apaixonar por ela, e foi exatamente o que aconteceu.
Passaram-se meses, semanas, um ano e Camilo não se perdoava pela traição à sua família. Ele se culpava por ter se rendido aos “atributos” da prostituta e por não ter contado antes à sua mulher o ocorrido naquela noite. Agora seria tarde demais.
Mas a imagem de Amanda não lhe saía da cabeça. Temia até, um dia, chamar seu nome enquanto dormia ao lado da esposa. E a culpa que sentia só aumentava. O conflito vivenciado diariamente ao olhar nos olhos da mulher ao acordar, ao sentir o amor que esta lhe dedicava, sua fidelidade, fazia com que Camilo se sentisse a pior pessoa do mundo.
Camilo vivia perturbado, divido entre o peso do remorso e do desejo que sentia ao lembrar de Amanda, seus cabelos, seios fartos e as pernas... Ah! Que pernas! Ele pensava nela todos os dias e noites.
Toda a família já havia notado a diferença no comportamento de Camilo. Ele estava frio com a mulher, distante do filho, dos irmãos, parou de visitar a mãe aos Domingos. Passava a semana pensando em, no Sábado, voltar àquele mesmo bar, na esperança de reencontrar Amanda, mas ele nunca mais a viu. A esposa de Camilo e seu filho Antônio nunca souberam a verdade. Nunca entenderam a mudança repentina no comportamento do pai.
Com o passar dos anos, a esposa de Camilo não suportou viver ao lado daquele homem distante, inerte ao mundo à sua volta que ele havia se tornado e os dois se divorciaram - ele não sofreu. Antônio se formou na faculdade e mudou-se para Londres.
Camilo perdeu o emprego, voltou para a casa da mãe, adoeceu de tanta tristeza e morreu dizendo repetidas vezes: “ela tinha que ter amor no nome”.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Dia Nacional da Poesia.

"A literatura é o espaço do impossivel."

domingo, 11 de março de 2007

Faces

Camila não gosta de meninos
Márcia odeia mulheres
Eu gosto de branco e preto
Iasmin é colorida
Cíntia ouve axé e arrocha
Jéssica desce até o chão
Tiara só escuta rock pesado
Aline quer um pouco de silêncio
Mariana é balconista
Juliana tem stress
Marília é leonina
Carla é de áries
Carmem pinta os cabelos
Natasha voltou pra casa
Sandra que ser atriz
Jandira acha que sabe cantar
Carolina só gosta de azul
Eu gosto de branco e preto.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Sorriso, carinho, simpatia, talento, olhar, leitura, escrita, teatro, paz, assédio, encantamento, contentamento, perseverança, compaixão, amor, amizade, ironia, sabor, pele, pensamento, sentimento, homem, mulher, mãe, filho, vida!

Laís Souza

domingo, 4 de março de 2007

Ex- amigo(a)

Uma amizade quando termina é algo interessante a se observar... São várias fases atravessadas, fases difíceis, até que se alcança a auto-sufciência, finalmente!A primeira é a fase da raiva. É essa que vem logo que você descobre o podre que o mais novo ex- amigo acabou de aprontar ou vem escondendo há um bom tempo. Você quer matar aquela pessoa. A última coisa que você precisa nessa fase é encontrar com o falso, cretino, mentiroso e filho da... acho que já deu pra entender.A segunda é a fase da saudade. Dá um aperto no peito... de repente você esquece os palavrões, as traições e só consegue lembrar dos momentos ótimos que passou junto àquela pessoa tão importante na sua vida. As viagens, as conversas, as bobeiras, tudo volta à cabeça e aí você chora, chora muito. Quase bota tudo a perder e procura o dito cujo. Só que a terceira fase tá aí pra te ajudar e não te deixar voltar atrás. Qual a terceira fase? A indiferença. Desprezo é tudo que ele precisa. Você conclui que ele não merece sua raiva e nem seu sofrimento. Tudo o que você pode oferecer pra aquele ser mesquinho é limitá-lo a total insignificância. Você, no máximo, o cumprimenta caso se encontrem e só, somente só. Dê-se por satisfeito.A terceira fase é a mais longa, até que você finalmente chega ao topo: a auto-suficiência. É nesta quarta e última fase que o sofrimento acaba e quem antes era um traidor, que virou saudade e depois um ser inferior, passa ser uma lembrança do passado! É nesta fase que nasce o perdão e o recomeço... É agora que vocês conversam e dão uma nova chance pra a amizade... e vamos torcer pro próximo taridor não ser você!